Eu terminei "O Mentalista" – e sim, virou uma das minhas séries favoritas da vida!

Oee. Acabei de terminar O Mentalista e, depois de passar mais de um mês maratonando todos os episódios, só posso dizer: que série incrível. Ela entrou oficialmente no meu top 5 da vida e, dentro do gênero investigação policial, é a minha favorita.

Eu amei o squad. Amei o contexto da vida do Patrick Jane, o enredo da série, que é muito bem escrito e muito bem dirigido. Tem coerência, ritmo, e nos prende do início ao fim. Os personagens são carismáticos, e a trama é envolvente de uma forma muito única.

 Atenção: esse post contém spoilers importantes da série.

Patrick Jane: entre dor e genialidade

Patrick é um personagem complexo. Carrega uma dor imensa pela morte da esposa e da filha e, ao longo da série, vemos como ele usa sua mente afiada para buscar vingança de uma forma muito particular. O modo como ele manipula situações, lê pessoas e conduz as investigações é hipnotizante. A gente se envolve não só pela inteligência dele, mas também pela dor que está sempre presente, mesmo nos momentos leves.

Essa dor é o que nos move junto com ele na busca pelo Red John, o grande vilão da história. A série gira em torno disso: justiça, vingança, redenção. E, ao mesmo tempo, há espaço para humor, afeto e conexões humanas muito fortes.

Na série, o Patrick afirma o tempo todo que não é vidente. Mas a verdade é que a gente nunca tem certeza absoluta disso. Há momentos em que ele fala coisas tão específicas sobre as pessoas, com uma precisão tão inacreditável, que parece impossível alguém saber sem algum tipo de dom. Isso adiciona uma camada de mistério e singularidade à série: será que ele tem mesmo uma habilidade sobrenatural, mas escolheu negar e reprimir esse dom por conta do trauma da perda da esposa e da filha? Ou será que ele era só um ex-charlatão genial, lidando com a dor da forma que sabia? Essa ambiguidade nunca é respondida, e talvez seja exatamente isso que torna o personagem tão fascinante — a dúvida permanece até o fim.

Red John: um vilão que intriga — e deixa lacunas

Red John foi, pra mim, um personagem muito bem desenvolvido no meio da história. A forma como ele se manteve presente, mesmo quando não era citado diretamente, trouxe uma tensão constante. Porém, senti falta de um início mais estruturado para ele, de entender de onde veio, quem foi sua primeira vítima, o que o moveu a se tornar um serial killer. Faltou o “porquê”. A gente sabe o que ele fez, mas não sabe exatamente o que ele é.

Curiosamente, o Red John aparece pela primeira vez no segundo episódio da série. E eu já achei o xerife estranho ali. A intuição bateu. E sim, mais tarde se confirma que era ele. Ao contrário do que vi muita gente dizer por aí, eu gostei de ser o xerife. Faz sentido: ele estava por perto o tempo todo, mas também longe o suficiente. Era alguém do meio policial, o que reforça a complexidade do personagem.

Mas o que me incomodou mesmo foi a forma acelerada como a identidade dele foi revelada. Depois de tantas temporadas de suspense, parecia que a série estava com pressa de entregar logo. O episódio da revelação foi corrido e, pra mim, faltou profundidade.

⁠A sorte é o planejamento que não se vê. - Patrick Jane

Outro ponto que não gostei: a equipe do Patrick ficou de fora do momento da revelação. Justo a equipe que sempre esteve com ele, que se arriscou tanto ao longo dos anos… acaba sendo presa ou incapacitada naquele episódio. Faltou coerência. Eles mereciam estar lá.

E por fim, achei desnecessário o Patrick ter matado o Red John. Ele sempre foi um personagem guiado pela mente, pela estratégia. Ter pago na mesma moeda me soou raso. Seria mais poderoso vê-lo ferido, preso ou incapaz. Algo que o fizesse sentir as consequências dos seus atos por mais tempo. Algo mais profundo do que uma execução rápida.

Outro ponto que ficou em aberto foi o destino da mulher cega (cujo nome não é lembrado com frequência, mas que teve um envolvimento direto e emocional com o Red John). Ela claramente sabia muito sobre ele, e o vínculo entre os dois levantava questões importantes. Faltou um fechamento para essa personagem. A história dela e a relação com o Red John tinham potencial para um arco inteiro — caberia, no mínimo, um episódio dedicado à origem e trajetória dele, até mais. Saber o que o motivava, como começou, quem foi sua primeira vítima, e como envolveu outras pessoas emocionalmente teria dado muito mais peso ao desfecho do vilão.

Grace Van Pelt: a minha favorita

aqui claramente um grande spoiler rsrs

A minha personagem favorita foi, sem dúvida, a Grace Van Pelt. Eu me vejo muito nela. Gosto da energia que ela transmite, da postura, da maneira como quer resolver as coisas. Ela é doce, decidida, e eu ficava encantada com o cabelo dela (maravilhoso, né?). Acho, inclusive, que ela combinava mais com o Cho do que com o Rigsby — mas isso é só opinião pessoal.

Uma curiosidade interessante: a atriz que interpretava a Van Pelt engravidou durante a série, mas eles decidiram mantê-la. Ela ficou sentadinha em vários episódios, claramente para não mostrar a barriga. Foi uma decisão que achei muito legal, porque manteve a personagem presente e respeitou o vínculo com o público. Ela só ficou fora de dois episódios e logo voltou.

Depois da saída de Van Pelt e Rigsby…

A forma como eles saíram da série foi coerente, mas eu senti muita falta dos dois. A partir dali, a série nunca mais teve a mesma química. E acredito, sim, que isso afetou a audiência. Quando eles revelaram o Red John, a série poderia ter dado um destino logo ao Patrick e encerrado por ali. A sexta temporada inteira pareceu um grande caminho até um novo final, que poderia ter sido mais direto — ou então feito com mais emoção.

Se o Red John tivesse voltado a matar com frequência, por exemplo, a caçada final teria gerado mais impacto. Talvez o que decepcionou não tenha sido o vilão em si, mas a forma como ele foi revelado. Rápida demais, sem tensão.

As novas temporadas e os novos personagens

Depois disso, a série continuou digna, mas perdeu um pouco da força. Os novos personagens não tinham a mesma conexão com o público. E eu confesso que fiquei com uma certa raiva do Abbott (o chefe do FBI). Depois, a gente entende que ele só estava fazendo o trabalho dele, mas achei interessante como a série conseguiu gerar esse sentimento. Mostra que o personagem foi bem construído.

A Michelle, que entra na sétima temporada, até me cativou. Mas o final dado a ela foi abrupto, sem desenvolvimento. Assim como aconteceu com o Red John, ela desaparece da trama de forma rápida, só para impulsionar o arco final do Patrick.

E o fim? Merecido, mas poderia ter sido mais

Gostei do Cho virando o "Boss". Ele era muito capaz desde o início. A gente já tinha um spoiler disso lá nas primeiras temporadas, quando ele assume temporariamente o lugar da Teresa. Já era previsível que ele teria esse destino.

eu amo um squad

Sobre o final da Teresa… pra mim ficou em aberto. A gente não sabe se ela continua no FBI ou se vai se dedicar à família. Eu gosto de pensar que ela conseguiu conciliar os dois, mas senti falta de uma cena final mostrando a nova vida do casal. Mesmo que fosse rápida, só pra gente ver o Patrick vivendo em paz depois de tanta dor. Afinal, no fim das contas, a série sempre foi sobre família.

Observações que amei

Uma das coisas que mais gostei de acompanhar foi a evolução da tecnologia na tela. Quem assistiu do começo ao fim de forma contínua, como eu, percebe como as primeiras temporadas tinham resolução mais granulada, uma iluminação diferente, os cortes de cabelo, as maquiagens, os celulares… tudo foi mudando com o tempo. Uma verdadeira cápsula do tempo. Quem é millennial vai se identificar muito com essas mudanças. É como se a série tivesse registrado não só a história dos personagens, mas também a passagem do tempo real.

⁠As pessoas não mudam quando elas morrem, elas simplesmente se tornam a essência de quem elas são - Patrick Jane

Conclusão


O Mentalista é uma série antiga, sim, mas extremamente atual em profundidade, humor, emoção e inteligência. Tem romance, tem ação, tem evolução de personagem. E, mesmo com as suas falhas, me conquistou demais.

Eu indico muito. E, com certeza, vou reassistir em algum momento. Foi lindo ver o meu squad reunido no último episódio. Algumas mortes me entristeceram, claro, mas no fim, O Mentalista me deixou com aquele sentimento bom de ter acompanhado uma história bem contada.

Vale a pena demais!


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